Baixa nas commodities, seca, recuo de vendas: quais as projeções do setor de máquinas agrícolas para 2024.

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

Entre janeiro e fevereiro houve alta de 30% no faturamento, mas Câmara da Abimaq espera queda de 15% para o ano. “A depender das condições, é um bom número”, afirma presidente Pedro Estevão Bastos Oliveira.

Seca severa em algumas regiões, baixa internacional nos preços das commodities e taxas de juros em patamares considerados ainda elevados são alguns dos fatores que deixam os representantes do setor de máquinas agrícolas cautelosos com relação aos negócios que serão realizados em 2024.

Apesar de uma elevação pontual de 30,8% no faturamento das empresas do segmento entre janeiro e fevereiro, a projeção é de que o ano termine com uma baixa de 15%, segundo Pedro Estevão Bastos Oliveira, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

A avaliação foi feita durante uma entrevista coletiva sobre as expectativas da 29ª Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo que acontece em Ribeirão Preto (SP) entre 29 de abril e 3 de maio e que espera movimentar R$ 13,2 bilhões em 2024.

A receita líquida do setor de máquinas agrícolas em fevereiro foi de R$ 4,2 bilhões, 30,8% a mais do que em janeiro, segundo relatório divulgado em março pela Câmara Setorial. Mas, tanto no acumulado do primeiro bimestre, que chegou a R$ 7,5 bilhões, quanto na comparação com o mesmo período do ano passado, houve baixa na mesma faixa percentual.

A queda também é observada nas exportações das tecnologias brasileiras: os US$ 227,19 milhões computados nos dois primeiros meses do ano são 19,9% inferiores se comparados com o período compreendido entre janeiro e fevereiro de 2023.

“Tivemos uma seca muito severa este ano, o preço das commodities tem o ciclo de altas e baixas, estamos no ciclo de baixa, então significa que nós temos um período um pouco mais restritivo em vendas”, afirmou Oliveira.

Assim como no balanço geral do setor, os tratores e colheitadeiras também tiveram elevação nas vendas entre janeiro e fevereiro, com um incremento de 31,5%, mas baixas nos comparativos mensal e bimestral e nas exportações.

Em unidades físicas, foram 3.069 equipamentos, que levam a um acumulado de 5.206 em dois meses, 38,1% a menos do que de janeiro a fevereiro de 2023, com 8.415. O mercado interno responde por 85% das vendas.

Apesar desses números, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas ressalta que ainda existem fatores que podem mudar esse cenário este ano, como eventuais quebras de safra no exterior, um anúncio de um Plano Safra “robusto” e questões climáticas favoráveis.

“A agricultura muda muito rapidamente. Se a gente tiver um clima bom, que está tendo um clima bom agora, a safra de milho que ajuda o pessoal a ter uma boa rentabilidade, também muda. Se a gente tiver um bom clima da primavera em setembro também muda a expectativa do agricultor”, disse.

Além disso, o presidente da entidade espera um incremento nos negócios pelos próximos dez anos, com uma demanda por mais áreas de produção de alimentos no país que deve ampliar a necessidade de renovação e expansão de máquinas entre os produtores.

“Os investimentos nas indústrias em inovação, em tecnologia embarcada, não param. A gente não olha um ano. Qualquer projeto de uma máquina nova dura de um a quatro anos, você não para os investimentos em tecnologia.”

Fonte: G1 Ribeirão Preto e Franca

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